ATENDIMENTO MÉDICO ESPIRITUAL A DISTÂNCIA

Mantido pela Fraternidade Irmã Duca.

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QUEM É IRMÃ DUCA?

Ela tinha 26 anos quando no meio da noite acordou e viu diante de si uma senhora, de olhar sereno e decidido, que lhe perguntou se estaria disposta a fundar uma casa de caridade e uma para crianças órfãs. Atônita, sem entender direito aquele pedido ouviu da outra: "Você está duvidando?", "Você não tem fé?" e, sem lhe dar muito tempo para pensar foi logo arrematando: "Quero que responda sim ou não, porque estou com pressa. Tenho outros afazeres. Se você aceitar, a ajuda virá, pode confiar". E algo dentro de Raimunda de Aguilar Bambirra, a dona Duca, disse sim. Pronto, ela acabava de selar um pacto com aquela que até hoje é sua guia espiritual, Nhá Chica, como é conhecida Francisca de Paula de Jesus, mulher simples, que viveu em Baependi, (Sul de Minas), filha de escrava, que não sabia ler e nem escrever, mas que viveu como uma verdadeira santa, ajudando, orientando e estendendo a mão a centenas de necessitados, aflitos e doentes que a ela recorriam. Seu processo de beatificação está praticamente concluído no Vaticano. E a ajuda prometida por Nhá Chica nunca deixou de vir. Dona Duca, sem saber explicar como, foi materializando e dando vida ao pedido da quase santa católica.

O início Certa vez, dona Duca atendeu uma senhora que, agradecida, doou o terreno onde ela foi construindo com a ajuda de muitos doadores que apareciam "não sabe de onde", a Casa de Caridade Herdeiros de Jesus e, anos mais tarde, o Lar Esperança Francisca de Paula de Jesus onde moram hoje 30 crianças e adolescente entre 3 anos e 17 anos e 11 meses, encaminhados pela Justiça para adoção provisória, "enquanto a Justiça tenta obter o retorno delas para a própria família, quando isso é possível, ou ainda encaminhá-las para adoção", revela a médium. Segundo Natália Giacomello, organizadora de projetos do Lar Esperança Francisca de Paula de Jesus, as crianças e adolescentes vão para a escola, fazem suas tarefas escolares, participam de ações na sociedade, cursos e eventos comunitários. "Nosso desafio é rearranjar uma rede de princípios e atitudes saudáveis que foram interrompidos ou sequer iniciados devido às dificuldades individuais de cada um dos abrigados. É um trabalho que tem resultados para o mundo. Nossa missão é acolhê-los ao máximo".

Exemplo de vida Natália diz que grande parte dos abrigados provém de famílias cujo ambiente é cercado por problemas de negligência e violência. "Assim, todo educador social que trabalha conosco é responsável por recriar um imaginário de vida em cada criança e adolescente". A entidade tem convênio com a prefeitura de Belo Horizonte e conta com o apoio de empresas e pessoas que doam alimentos, material de higiene, roupas e material escolar. Cada unidade dos abrigos consome em média, por semana, cinco quilos de carne e 20 quilos de arroz. A educadora ressalta que está sendo montada uma biblioteca comunitária e que a entidade necessita de TV, DVD, livros e voluntários para ajudar na implementação. O aposentado Décio Ferreira Rollo, 78, é o dirigente da Fraternidade Irmã Duca, outra casa espírita criada pela médium. "Há pelo menos cinco décadas conheço dona Duca. Ela ainda era muito jovem quando iniciou esse trabalho espiritual e social. Eu participava das reuniões mediúnicas que ela fazia no porão de sua casa. Ela sempre foi extremamente dedicada à doutrina e faz um trabalho maravilhoso. Atendia as pessoas a qualquer hora, sempre que elas buscavam o seu auxílio. Dona Duca tem muito conhecimento espiritual, é caridosa.

Hoje a nossa casa atende uma média de cem pessoas por reunião entre passes e atendimento espiritual com o caboclo Caparaó", diz. Uma vez por semana o voluntário João Timponi, psicólogo, está compromissado com o atendimento na Fraternidade Irmã Duca. "Não tenho crença religiosa, mas sempre fui atraído por esse tipo de mistério, pelos mitos, pelo xamanismo. Há mais ou menos dois anos e meio fui convidado por um amigo para esse trabalho. Leio textos que incitam à evolução espiritual, enquanto as pessoas aguardam pelo atendimento espiritual", conta. Timponi lembra que quando conheceu dona Duca, o que mais chamou atenção "foi o seu sorriso quase constante e que traduz grande bondade, um amor com compromisso ao próximo, a sensação de uma vida plenamente vivida e missão cumprida. Ela é uma pessoa cativante, simples, humilde e ao mesmo tempo uma guerreira do amor ao próximo", comenta.

Quem quiser ajudar o Lar Esperança Francisca de Paula de Jesus pode entrar em contato pelo telefone 2535-7338.

A santa de Baependi

Francisca de Paula de Jesus Isabel, conhecida popularmente como Nhá Chica, nasceu em 1808, no povoado de Santo Antônio do Rio das Mortes Pequeno, distrito de São João del-Rei. Pouco tempo depois sua família mudou-se para a cidade de Baependi, onde viveu até 14 de junho de 1895, quando morreu. É considerada por muitos católicos como santa e seu processo de beatificação e canonização está em fase final no Vaticano. Filha e neta de escravos, ficou órfã aos dez anos. Humilde, era fervorosa devota de Nossa Senhora da Conceição e, a pedido da mãe, passou a vida inteira a dedicar-se à prática de caridade. Era chamada de "a mãe dos pobres".